FDD #5
@petitemort_
As vezes sinto querer ser uma história incompleta na vida das pessoas, na maioria das vezes, essas são as
mais marcantes.
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Olá. Me chamo Sophie. Eu, como quase qualquer outra adolescente, sei o que é chegar ao fundo do poço. Sei o que é se odiar, e odiar todo o resto do mundo, por uma frase mal interpretada e um olhar de carinho que nunca chegou.
Mas sei perdoar, também. Como os protagonistas, como os heróis, das histórias que meu pai contava.
Ele era escritor. E dos bons, eu digo!
E todos os dias dividíamos nossos sonhos, para os quais ele dava vida, dava sentido. Uma palavra virava uma frase, que virava um parágrafo, que virava um conto...!
E assim se seguiu a minha infância: entre sonhos que inspiravam um sonhador.
Até que aconteceu.
Naquele vinte e um de maio, eu cheguei em casa, como sempre, chamando pelo meu herói.
E ele não apareceu.
Chamei de novo.
Mas ele não veio.
E então eu respirei fundo e me aventurei pelos corredores que, diante do medo que eu sentia, pareciam gigantescos e cheios de perigo. Mas o maior perigo estava lá, atrás daquela porta de madeira talhada com o nome dele.
O meu maior medo.
E desde aquele dia eu não mais sorri. Não mais tive sonhos ou esperanças: era uma página virada da minha própria vida.
Como se eu quisesse ser uma história incompleta na vida das pessoas.
E, na maioria das vezes, essas são as mais marcantes.
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