Reflexões. 10.11.12
mercado, hoje. tudo decoradinho e cheio de músicas de Natal.
eu odeio Natal.
odeio as músicas, odeio as pessoas, odeio as decorações.
odeio todo o clima de amor, felicidade, presentes e panettones. esse clima dói de saudade.
e eu odeio saudade.
a pessoa que mais me amou e me entendeu, na minha família, era o meu Natal. era quando ela chegava, com aquele sorriso - e aquela mala cheia de presentes - que existia Natal. era quando ela ficava brincando com a gente, até a gente não aguentar mais, que era Natal.
o Natal morreu com ela, onze anos atrás.
e nunca mais vai voltar.
----------------------------------------------------
sessão das crianças.
bercinhos, chupetas, roupinhas, sapatinhos, fraldinhas, toalhinhas.
tudo bem inho pra combinar com os bebês, os filhotes, as crianças.
nunca andei muito por essas sessões. nunca tive interesse nisso.
mas hoje me apertou. apertou demais, até.
e eu fiquei lá, vendo chupetinhas e mamadeirinhas, boba, olhando fraldinhas, brinquedinhos e band-aid coloridos.
sofrendo.
onde eu estaria hoje, se não tivesse matado meu bebê?
será que eu teria sido capaz de olhar tantas coisinhas, e escolher?
será que ele teria gostado daquelas coisinhas?
e você?
se eu não tivesse matado o nosso filho, será que tudo teria melhorado? que você teria parado de me torturar, me perseguir, e teria me amado?
será?
se eu tivesse sido a mãe do seu filho, você teria voltado a sorrir? a me pegar no colo, me abraçar, e cuidar de mim? você teria sido um bom pai, Ariel? você estaria cuidando de mim, hoje, melhor do que os outros cuidam?
você teria parado com isso tudo?
eu me arrependo. aquele filho podia ter sido a única coisa boa que sobrou em você. podia ter sido a única coisa boa que você tinha pra me dar.
e eu me pergunto se eu joguei a única chance de te trazer de volta fora.
sabe? eu não sei se ligaria de ser mãe, agora.
se isso fosse fazer você voltar a ser você.
voltar a ser meu.
ou quase meu.
parte de mim.
sei lá.
deve ser o Natal.
eu odeio natal.
eu odeio Natal.
odeio as músicas, odeio as pessoas, odeio as decorações.
odeio todo o clima de amor, felicidade, presentes e panettones. esse clima dói de saudade.
e eu odeio saudade.
a pessoa que mais me amou e me entendeu, na minha família, era o meu Natal. era quando ela chegava, com aquele sorriso - e aquela mala cheia de presentes - que existia Natal. era quando ela ficava brincando com a gente, até a gente não aguentar mais, que era Natal.
o Natal morreu com ela, onze anos atrás.
e nunca mais vai voltar.
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sessão das crianças.
bercinhos, chupetas, roupinhas, sapatinhos, fraldinhas, toalhinhas.
tudo bem inho pra combinar com os bebês, os filhotes, as crianças.
nunca andei muito por essas sessões. nunca tive interesse nisso.
mas hoje me apertou. apertou demais, até.
e eu fiquei lá, vendo chupetinhas e mamadeirinhas, boba, olhando fraldinhas, brinquedinhos e band-aid coloridos.
sofrendo.
onde eu estaria hoje, se não tivesse matado meu bebê?
será que eu teria sido capaz de olhar tantas coisinhas, e escolher?
será que ele teria gostado daquelas coisinhas?
e você?
se eu não tivesse matado o nosso filho, será que tudo teria melhorado? que você teria parado de me torturar, me perseguir, e teria me amado?
será?
se eu tivesse sido a mãe do seu filho, você teria voltado a sorrir? a me pegar no colo, me abraçar, e cuidar de mim? você teria sido um bom pai, Ariel? você estaria cuidando de mim, hoje, melhor do que os outros cuidam?
você teria parado com isso tudo?
eu me arrependo. aquele filho podia ter sido a única coisa boa que sobrou em você. podia ter sido a única coisa boa que você tinha pra me dar.
e eu me pergunto se eu joguei a única chance de te trazer de volta fora.
sabe? eu não sei se ligaria de ser mãe, agora.
se isso fosse fazer você voltar a ser você.
voltar a ser meu.
ou quase meu.
parte de mim.
sei lá.
deve ser o Natal.
eu odeio natal.
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