Ao dia do Médico
Sei que é tarde, e que o dia já chega ao fim;
mas quero ser anjo, e as minhas noites nunca terminam.
Se dizem "tens que dormir",
eu digo "tenho algo a aprender";
Se dizem "tens que sair",
eu digo "tenho uma vida a salvar";
Não por já ser anjo - o treinamento é árduo, de longos seis anos, e sei que minhas asas não começaram, sequer, a crescer -, mas por desejar me tornar um. Por desejar guardar e proteger, e dedicar a minha vida e as minhas asas aos que precisam.
mas quero ser anjo, e as minhas noites nunca terminam.
Se dizem "tens que dormir",
eu digo "tenho algo a aprender";
Se dizem "tens que sair",
eu digo "tenho uma vida a salvar";
Não por já ser anjo - o treinamento é árduo, de longos seis anos, e sei que minhas asas não começaram, sequer, a crescer -, mas por desejar me tornar um. Por desejar guardar e proteger, e dedicar a minha vida e as minhas asas aos que precisam.
Dedicar as minhas asas para abraçar e esquentar os que precisam de - mais do que de amor - minhas mãos para salvá-los.
Temos a pele grossa, como um casco, para nos proteger do que sempre ouvimos: que não iríamos conseguir...
...mas temos as mãos finas, doces, amaciadas pelos anos de aprendizado, prontas para servir.
A hora que for, quem for, como for. Quando precisar.
Amaldiçoamos, todos os dias, as noites sem dormir, a pressão, o cansaço, o choro. O pavor que é esse caminho tão difícil até o diploma. Amaldiçoamos professores, colegas, matérias, trabalhos. Amaldiçoamos a vida.
Mas, quando a calma volta, e tudo isso passa, voltamos a vida normal. Voltamos a perceber que aprendemos, e muito.
Aprendemos a seriedade diante do desespero, o sorriso contido e orgulhoso diante da vitória, e a coragem para continuar na derrota. Mas aprendemos mais que isso, nessa vida que chamamos de faculdade, nessa família que chamamos de Medicina.
Aprendemos a ser gente.
Aprendemos a sofrer por cada um que passa por nós, aprendemos a comemorar por cada um que passa por nós. E a lamentar, sim, a nossa humanidade que nos torna tão finitos e tão incapazes diante da morte. Aprendemos a aceitar nosso limite, e permitir que, ao menos, o final seja menos doloroso. Aprendemos a respeitar a vida, e a morte, como elas são.
Mas aprendemos, mais que isso, a agradecer por termos a chance de entrar nesse treinamento. A agradecer, todos os dias, por um caminho que começamos agora: o caminho de salvar as vidas.
E, neste dia, parabéns a cada um de nós, anjos. Médicos, com suas asas formadas e robustas, brilhantes e fortes...
...e a nós, acadêmicos, lutando cada vez mais para que as nossas asas possam crescer.
Temos a pele grossa, como um casco, para nos proteger do que sempre ouvimos: que não iríamos conseguir...
...mas temos as mãos finas, doces, amaciadas pelos anos de aprendizado, prontas para servir.
A hora que for, quem for, como for. Quando precisar.
Amaldiçoamos, todos os dias, as noites sem dormir, a pressão, o cansaço, o choro. O pavor que é esse caminho tão difícil até o diploma. Amaldiçoamos professores, colegas, matérias, trabalhos. Amaldiçoamos a vida.
Mas, quando a calma volta, e tudo isso passa, voltamos a vida normal. Voltamos a perceber que aprendemos, e muito.
Aprendemos a seriedade diante do desespero, o sorriso contido e orgulhoso diante da vitória, e a coragem para continuar na derrota. Mas aprendemos mais que isso, nessa vida que chamamos de faculdade, nessa família que chamamos de Medicina.
Aprendemos a ser gente.
Aprendemos a sofrer por cada um que passa por nós, aprendemos a comemorar por cada um que passa por nós. E a lamentar, sim, a nossa humanidade que nos torna tão finitos e tão incapazes diante da morte. Aprendemos a aceitar nosso limite, e permitir que, ao menos, o final seja menos doloroso. Aprendemos a respeitar a vida, e a morte, como elas são.
Mas aprendemos, mais que isso, a agradecer por termos a chance de entrar nesse treinamento. A agradecer, todos os dias, por um caminho que começamos agora: o caminho de salvar as vidas.
E, neste dia, parabéns a cada um de nós, anjos. Médicos, com suas asas formadas e robustas, brilhantes e fortes...
...e a nós, acadêmicos, lutando cada vez mais para que as nossas asas possam crescer.
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