Você usa seu dinheiro e sua vida, suas rosas e seus espinhos, e se entrega, de corpo e alma, a alguém. Gasta suas lágrimas e seus sorrisos, seu sono e seu despertar, seu alerta e seu repouso. Se gasta, por completo, dos pés à cabeça, do corpo à alma.

Você não quer sexo, você não quer dinheiro. Você quer bem, você quer fazer o bem, porque quer receber o bem. Nem que o bem seja um sorriso sincero n

aquele dia nublado, ou um risinho tímido e escondido, diante de tanta tristeza. É o bem.

Você ama. Não só como namorado, não só como amante, como amigo. Você ama e se apaixona, porque essa pessoa é única e apaixonante por si só, e ninguém vai te completar mais que ela. Como mulher, como homem, como amigo, como irmão, como mãe, como pai. Como pessoa.

É aquela que, do outro lado da rua, você vê e sai correndo: ignora os carros, ignora o sinal, ignora a passarela. Você só quer chegar perto, estar perto, nem que seja por alguns minutos, antes de rir e se despedir, o coração apertado, batendo doído de saudades, mas satisfeito por aquele encontro.

Porque esse alguém é importante. Seja porque é seu companheiro, seja porque é seu amigo, seja porque é seu irmão - mesmo que de alma -, seja porque é alguém que, como você o faz, te faz bem.

E esse, sim, é o sentimento mais bonito e puro do mundo. O amor de sinceridade, o amor escandaloso, o amor tímido. O amor que se mostra no presente, nos presentes, na mente e não mente.

O amor que é de risos e de choro, que se usa como um colar para exibir, ou se esconde - agarradinho - no peito. Aquele que, mesmo distante, ainda está lá. E que, mesmo quando está lá, ainda o sente distante.

É aquele amor gostoso que a gente sente quando a pessoa te entende, te encanta, te completa. É aquela sensação que bate no peito quando você ama tanto, mas tanto, que dá raiva. Dá raiva de tudo que ela faz de errado, porque vai machucar depois, e você não quer que ela sinta dor. Dá raiva de tudo que ela faz de certo, porque você não estava junto, ou porque você não sabe como parabenizar.

É aquele amor-e-ódio de gente que se entende, se encanta, se canta e dança. É aquele amor de criança.

Aquele amor de verdade.

Por tudo e todos.

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