24.02.2015

Quantas vezes eu rasguei o papel,
pra não rasgar a pele;
Passei a caneta,
pra cessar a dor que me alfineta;
Sujei de sombra,
porque o sangue me as(sombra)

Quantas vezes me expus
em fotos e roupas
e caras e bocas
pra me sentir melhor
pra não me sentir só

(E não acabar em um caixão)

Quantas vezes eu ri
querendo chorar
e pensei em morrer
quando queria matar

Quantas vezes eu me falei
que estava errada
e merecia aquela dor
Hoje sei: era só violência
disfarçada de amor

Quantos anos eu perdi
amando meu algoz
E de quantos precisei
pra recuperar minha voz

E ainda hoje eu luto
pra caminhar sozinha
Mas ainda escuto o meu choro
de quando era menininha.

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